28 janeiro, 2015

O Amor

O amor não procura razões,
e nem dá a elas um valor.
O amor tece seus próprios motivos entre
dias tingidos de  luz,  
e noites de promessas secretas.
Quem tenta entender, 
perde o prazer da descoberta,
e quem insiste em explicar
sente-se vencido, 
antes de  lutar.




24 janeiro, 2015

Risos depois da chuva

Chuva que passou,
deixou poças pelo caminho
e brincadeiras para os pequenos pés.
Amigos felizes naquela aventura divertida,
me fizeram lembrar que também fui
Dançarina do pular e molhar...

23 janeiro, 2015

A você, que me inspira

Do que sentes,
faço tinta para a minha pena,
e busco dentro de mim
as imagens dos sonhos que me contas.

Te sigo pelos dias, um passo atrás de cada passo teu,
lendo nas pegadas a aridez do caminho.
Aprendo contigo segredos de viver, e, de tanto guardá-los comigo, sigo mais plena.
E quando mostro a outros olhos o que registrei de ti,
me alimento de novas letras e recomeço a minha sina.
Se tua força me abandonar, os dias serão mais tristes,
e todas as aves voarão em um outro céu,
em rumos sem sentido,
de meus olhos contornando lágrimas.

Sou Borboleta

Sou borboleta solitária,
em voo incerto,
translúcida ao sol.
Já não me encantam jardins floridos,
ou perfumes e brisas,
e o som do riacho soa triste
nos meus dias.
Trago nas asas o cansaço
de desilusões que tive,
e já não me alegro com
minhas próprias cores.

Tão frágil sou,
cercada de saudade,
que mergulho em memórias
do tempo em que podia sonhar...

Vendo o tempo passar

Como crescer
sem deixar de ser
o que, afinal, sou?
Esta mesma menina
de vestido florido
e tranças no cabelo?

Como correr pelo bosque
sem espantar as borboletas
que fui entre voos da imaginação?

Ainda me encantam a chuva a escorrer pelo rosto,
e a aventura de seguir os sons das folhas...
E quando vejo a grama verde,
ainda me deito,olhando o céu
e reconhecendo nas nuvens
as formas exatas criadas pelo vento...

Como deixar de chorar
pelo passarinho que não viveu,
tolhido na gaiola
ou pelas flores que secaram ao sol
se ao ver o pequeno caderno,
ainda gravo nas folhas em branco,
as cores de arco-íris e aquelas
primeiras palavras que aprendi?





A Solidão

A solidão tem cores que só eu vejo
e, como no quadro surreal,
traduz meu espírito viajante,
caçador do que não sabe existir.
Por ela já troquei sonhos,
vendi o coração
e desisti de seguir...

A solidão tem sons que só eu escuto
e, como na velha canção,
traz  melancolia de saudades juvenis
e lembranças bem guardadas...

A solidão me toca e me chama para si,
mas escolho encontrar o sorriso que li
nas linhas daquele novo poema...